quarta-feira, 29 de maio de 2019

Como preparar uma viagem de moto - na perspectiva d’um Maçarico



 Como tinha dado a conhecer em posts anteriores, assim que surgiu a ideia de tirar a carta e adquirir uma moto, outra veio logo atrás. Ir aos Picos da Europa, naquela que seria a minha primeira grande viagem em duas rodas.
 Sendo eu um Maçarico, este objectivo requereria boa preparação. Vou partilhar convosco os vários aspectos dessa tarefa.

Ganhar endurance


 Fazer cerca de 2000 kms em 5 dias, sendo que um desses será uma caminhada na Ruta del Cares, requer preparação física. 
 Não temos de ser nenhuns atletas, mas fazer algumas centenas de quilómetros primeiro com o intuito de conhecer bem a moto e preparar o nosso corpinho para aguentar horas de condução na mesma posição é essencial. Essas voltas irão ajudar-nos a perceber se precisamos de fazer alguma alteração na nossa montada se queremos tornar a viagem mais confortável. 
 Além disso, podemos aproveitar esses passeios para testar o condicionamento da bagagem afim de nos habituarmos à condução com a moto carregada. Pode parecer que estou a exagerar nos cuidados, mas lembrem-se que estou a falar no ponto de vista d’um Maçarico.

A mota


 Esta exige uma atenção especial para não termos surpresas desagradáveis durante a viagem. A primeira coisa a levar em linha de conta é a necessidade de manutenção mais próxima. Se faltam poucos quilómetros para a próxima revisão ou se os pneus ou as pastilhas estão numa fase final de vida, mais vale não correr riscos e substituir antes de partir. Permite uma viagem mais tranquila, sem manutenções pelo meio. Isso não evita de todo contratempos sobre os quais não temos controlo.

O percurso


 Muito pode ser dito sobre isto. Existem viajantes que não sentem a necessidade de preparar todo o percurso. Por exemplo, selecionam de uma forma mais abrangente por onde vão andar e partem à descoberta, sem saber ao certo onde vão dormir.
 Eu gosto de ir à aventura, mas prefiro ter os locais de pernoita delineados. Desta vez vou ser mais afoito e só levo uma noite marcada embora com as outras pré-definidas. Esta foi uma alteração de última hora, tendo em vista uma outra aventura que estamos a preparar. Por isso queremos testar algumas dormidas em parques de campismo. 
 Quanto ao percurso de ida e volta decidimos fazê-lo seguido. Cerca de 800 kms para cada lado, sem dormidas pelo meio. Neste aspecto vemos um pouco de tudo, pessoas que fazem do percurso de ida e volta uma road trip dentro da road trip e pessoas que fazem como nós queremos fazer. 
 Aqui surge outra questão, auto-estradas ou estradas nacionais? Estamos a pensar num percurso misto, com a consciência de que as auto-estradas são mais rápidas e as nacionais mais divertidas. Certo é que queremos ir e vir por caminhos diferentes. Depois iremos partilhar convosco qual o percurso que fizemos.

A bagagem


 Este é outro aspecto muito importante numa viagem de mota. O que levar, qual o volume disponível e mais importante ainda, qual o peso  máximo permitido pelo fabricante. São tudo fatores a ter em conta.
 Por vezes vemos motociclistas solitários, carregados até não caber nem mais uma agulha, sendo que noutras ocasiões vemos uma montada com dois passageiros e bagagem muito reduzida. A razão é muito simples. Quando viajamos sozinhos temos mais disponibilidade de carga, pois são menos os 60,70 ou 80 quilos do pendura.
 No meu caso, em que levo a pendura comigo, reduzimos a bagagem ao essencial. 
Tendo em conta que nesta viagem vou fazer campismo, tenho de incluir na bagagem a tenda, os sacos-cama e os colchões. Tirando a tenda, que tive de comprar, tudo o resto vou usar o que já tenho, mesmo não sendo nem os colchões, nem os sacos-cama de tamanho reduzido para facilitar o transporte. Essa aquisição ficará para mais tarde, após a experiência campista.
 Por esta razão vou ter de superar o volume das malas e condicionar o material do campismo em cima da top case. 
 Ando numa fase experimental mas já testei o material numa voltinha perto de casa onde levei a Stromina a alguns extremos. Acelerações bruscas, travagens a condizer, passar em pisos degradados e a bagagem nem mexeu. Mesmo assim vou tentar colocar os sacos-cama dentro das malas laterais para reduzir o volume extra. Para isso tenho de ter uma atenção especial ao que levar. 
 Temos de nos lembrar que estamos numa viagem de mota e não numa passagem de modelos. Sendo assim, opto por levar apenas um calçado extra para cada um, este servirá para os passeios a pé. A roupa depende muito da época do ano e do local a visitar. Nos picos da Europa o tempo é sempre imprevisível. Portanto, além das básicas para vestir debaixo do casaco de proteção, ainda levamos um casaco ligeiro, 1 par de calças, roupa interior, 1 pijama, chinelos e toalha para o banho nos balneários e o fato de chuva, isto tudo a duplicar visto que somos dois. 
 Além disto vai uma mochila, que por opção é térmica, para levar nos passeios e que permita guardar alimentos e bebidas frescas. 
 Para o transporte de objectos pessoais (carregadores, mapas, carteiras, etc) optei por uma mala de depósito da Givi com sistema Tank Lock. A vantagem destas malas é tirá-la facilmente da mota e levá-la connosco com uma cinta tira colo quando paramos em qualquer lado.

 Conclusão 
 A preparação da viagem depende da experiência e do tipo de viagem que cada um tem em mente. Mas quer seja com a moto, com o percurso ou com a bagagem, convém haver boa preparação para reduzir a probabilidade de surpresas desagradáveis.
 Espero que este artigo d’um Maçarico vos ajude no vosso planeamento. Boa viagem

domingo, 26 de maio de 2019

O Maçarico no encontro das Strominas



 Foi espetacular! Muito obrigado!
 É o que me ocorre dizer depois de no passado sábado ter participado no 1° encontro nacional de V-Stroms + amigos.
 Por ser um evento aberto aos amigos dos Strommers, fiz questão de levar o Paulo Fernandes, proprietário de uma Super Ténere, que tão bem ficou ao lado daquela multidão de Strominas.Conforme combinado, lá estávamos, de depósito cheio, no ponto de encontro, afim de fazermos juntos a viagem até à Figueira da Foz. Pelo caminho e num espírito de camaradagem paramos em Aveiras e Leiria para juntar mais uns membros do clube à já bem composta caravana. 

O Maçarico e o amigo Paulo Fernandes

 Chegados à Figueira e com as motas já estacionadas, reparámos que o evento teria uma proporção bem maior do que aquela que inicialmente era aguardado pela organização. Estavam ali mais de 70 motos, resultado de um desafio que alguém lançou na página do Facebook do clube Vstrom Portugal e que teve uma aderência inimaginável. 

Ponto de encontro na Figueira da Foz.

 Após um briefing inicial, que apelava à importante responsabilidade de todos para que o evento fosse positivamente memorável, lá partimos ordeiramente para a primeira visita do dia, as Salinas da Figueira da Foz e o seu tão apelativo museu do sal. Ali aguardáva-nos uma equipa da câmara municipal bem como uma produtora local de sal, que nos apresentou os seus produtos com uma prova pelo meio. 
 Toda a envolvência da zona, somada à história por detrás do trabalho nas salinas, faz da passagem por ali obrigatória. Aconselho vivamente uma visita às Salinas da Figueira da Foz. 

Salinas da Figueira da Foz

Dali seguimos para Quiaios. Depois de atravessarmos a Figueira, subimos a Serra da Boa Viagem até chegarmos ao miradouro da Bandeira. Uma vista magnífica que nos lembra de quão agradáveis podem ser as viagens em 2 rodas. Ali tivemos uma pequena surpresa que envolvia um muffin para enganar a fome e água ou sumo para matar a sede. Isso provou o quanto a organização tinha pensado a coisa até o mais ínfimo pormenor.  

Obrigado ao Ivo por esta maravilhosa foto das Strominas no Miradouro da Bandeira.

 Seguimos assim em direcção ao restaurante, esse também uma boa surpresa, sempre na companhia de umas vistas fantásticas e observando orgulhoso o ar de admiração das pessoas que paravam para nos ver passar.
 Durante o agradável almoço pude partilhar experiências e dicas com outros motociclistas bem como conhecer outros entusiastas que só conhecemos das redes sociais. Tenho de confessar que foi muito bom ouvir alguém perguntar “mas afinal onde está o Maçarico” e outro dizer “está aqui” ao mesmo tempo que me dava uma palmada nas costas. 
 Muito bom encontrar gente que lê o que escrevo. Muito obrigado por isso também. Só faz sentido continuar este trabalho se houver quem leia.
 Depois de regressar a casa ficaram novas experiências e vivências na memória. Pude conhecer pessoalmente a organização do evento, os criadores do Clube V-Strom Portugal e conhecer mais de perto o mundo dos entusiastas da Suzuki. Até tive a oportunidade de experimentar a novíssima V-Strom 1000 e a sua força bruta. 
 Termino como comecei, foi espectacular! Muito obrigado!






segunda-feira, 6 de maio de 2019

Escócia - por terras de William Wallace parte 2


 
 Não consigo esquecer a viagem mais marcante da minha vida. Pode parecer que estou a ser um pouco exagerado, mas o que querem? É o que faz não ser um sujeito dos mais viajados.
 Neste segundo texto sobre a minha viagem vou focar-me sobre a ilha de Sky, o lago Ness, Inverness e o regresso a Edimburgo por uma das estradas mais bonitas que percorremos.
Chegados a Mallaig dirigimo-nos ao Porto marítimo para apanhar um ferry para outro destino de natureza pura, onde parece que o tempo parou, a ilha de Skye. 
 Durante a viagem, e enquanto nos aproximávamos da ilha menor a paisagem era cada vez mais espetacular. A vista para a baía de Armadale era lindíssima, com as suas casas estrategicamente colocadas no meio do verde e viradas para o mar, faziam daquele lugar mais um cenário de sonho.
Chegados a terra seguimos de imediato para Elgol, não tanto pela beleza dessa aldeia encostada ao mar, mas mais pela beleza de todo o percurso até lá que faz daquele trajeto um momento marcante da nossa viagem.


 Dali partimos numa viagem algo cansativa, já marcada pela manhã atarefada e cheia de locais paradisíacos, até Dunvengan onde iríamos pernoitar. Mas ainda naquele dia, antes do jantar fizemo-nos à estrada, se é que se pode chamar aquilo de estrada, para conhecer o Neist Point Lighthouse, um farol erigido numa escarpa e com uma vista de cortar a respiração. Para que não tenhas uma surpresa, atenção que no fim da estrada, espera-nos uma caminhada de 15 minutos para cada lado. Mas vale bem a pena.
 De volta a Dunvengan, foi ali, na verdadeira morada do clã McLoad que experimentamos a essência da cozinha escocesa no Restaurante The Old School. Excelente ambiente, boa cozinha e pessoal simpático. É recomendável marcar mesa pois enche com facilidade. Aliás quanto às refeições convém ter em atenção que a partir das 22 horas é difícil encontrar restaurantes abertos. É uma cultura diferente da portuguesa onde se come a qualquer hora e em todo o lugar, o mais não seja numa roulote qualquer. Na Escócia não é assim.








 No dia seguinte fizemos o nosso roteiro pela ilha de Skye pela seguinte ordem Dunvengan, Uig, The Quiraing (aqui paramos mais de meia hora só a apreciar a vista), Kilt Rock and Mealt Falls, Portree e de volta à ilha maior. Não posso deixar de salientar a beleza da vila pitoresca de Portree, com as suas casas coloridas e as suas ruas cheias de gente que tornam o comércio de rua uma atração local.



 Saí de Skye com o coração cheio e a ideia de que coisas simples podem tornar a vida tão boa! 
 Mas Skye teria de ser a muito custo apenas uma boa memória que jamais quero perder. Mas ainda havia tanto para visitar e o tempo era escasso. Logo saímos em direção a um dos pontos altos da nossa road trip, o Eilean Donan Castle, o castelo mais fotografado da Escócia. É simplesmente brutal. Uma simbiose perfeita entre a mão de Deus e a mão humana. A paisagem natural era espetacular e a forma como há alguns séculos atrás decidiram anexar àquela imagem um castelo só mostra que sempre foram pessoas de muito bom gosto.



 Visto e fotografado este monumento nacional, seguimos em direção ao lago Ness e ao Castelo de Urquhart.  Este era um dos castelos que queríamos visitar, por toda a envolvência, pela história, e que tem uma visita muito bem planeada da qual destaco o filme que conta a história daquele local e que acaba de uma forma espetacular. Não vou contar para ser surpresa.



 É importante referir que todo o percurso desde a entrada na ilha maior é de uma beleza incondicional. 
 Chegámos a Inverness já bem tarde, sendo que fomos os últimos hóspedes do B&B Jacobite Rose.
 A curta estada em Inverness foi muito agradável. Era sexta-feira e a cidade ganha outra vida com pubs e bares por todo o lado, cheios de gente local que fazem questão de se aperaltarem como se fossem a um casamento. É uma cidade que mistura bem o desenvolvimento com a história do país, a arquitetura moderna com os edifícios antigos. Muito comércio de rua, um tanto ou quanto virado para o turismo. Adorei esta cidade. 
 No outro dia, já de barriga cheia, culpa de um pequeno-almoço monumental, que aliás era costumeiro naquelas bandas, seguimos pela A9 em direção a Edimburgo. 
Contudo, não fizemos esta estrada, que é um misto de auto estrada e via rápida, até o fim. Saímos em Ballinluig pela A827, uma rota turística com muitos pontos de interesse com muitas imagens fotográficas à mistura. A primeira paragem foi na Ian Burnet, Highland Chocolatier, uma chocolateira que trabalha cerca de uma tonelada de chocolate por semana. Experimentamos uma fatia de bolo de chocolate, acompanhada por um reconfortante chocolate quente aveludado. Recomendadíssimo! (Será que esta palavra existe?)



 Partimos já atrasados mas sem pressa para visitar a destilaria de whiskey mais antiga da Escócia (é que vir à Escócia e não visitar um destilaria... vocês sabem), a Famous Grouse Experience. Não é onde agora se faz este famoso whiskey mas ainda se produz ali, de forma artesanal, um single malt que pertence à mesma família.



 Foi uma visita muito interessante e bonita pois a destilaria está no meio do paraíso.
 Voltamos a Edimburgo de coração cheio de uma imensidão de experiências vividas, onde ainda pernoitamos pois o Avião era só no dia seguinte. Não viemos embora sem experimentar um pequeno-almoço almoço diferente num ambiente descontraído mas cheio de vida no Artisan Roast Caffe. Vale a pena a visita o mais não seja para beber um latte personalizado. 



 Esta viagem valeu cada quilómetro, cada bater do coração e cada momento de silêncio enquanto nos deliciávamos com a paisagem. E ficou tanto para ver...
 Exigiu uma boa planificação mas resultou bem e conseguimos ver o que nos propusemos. 
 De volta a Lisboa as saudades do Bailey eram mais que muitas. Foi um encontro emotivo e cheio de ternura. O sujeito permitiu-nos assim voltar à rotina com menos custo.
 Mas a Escócia, essa ficará sempre no meu coração. Um sonho tornado realidade. 
 

Escócia - por terras de William Wallace parte 1

Sabes aquele momento em que ages por impulso e tomas decisões que depois reconheces que teriam sido melhor de outra forma? 
 Foi assim com a adopção do Bailey. Ainda agora tinha chegado ao nosso meio e já nos íamos separar. Tudo por causa da há muito planeada viagem à Escócia. 
Era um sonho prestes a ser realidade. Mas havia o 4° elemento, que não era um impecilho, muito pelo contrário, mas obrigava a um planeamento cuidado. 
Comecei por procurar um hotel para cães onde ele pudesse ficar durante a nossa estadia, mas por ainda não ter todo o plano de vacinação isso não era possível. Até que um casal amigo, sabendo da nossa situação, ofereceu-se sem hesitar, para hospedar o amigo de 4 patas. De início não achamos boa ideia, ia ser um trabalho extra para alguém que já tinha uma vida muito ocupada, ainda por cima num período em que o sujeito exige mais atenção. Mas eles insistiram e lá foi ele de férias para Alenquer. Um viajado o moço, ainda agora tinha nascido e já tinha passado por Pombal, Prior Velho e Alenquer.
 Assim, lá partimos nós, com o objectivo bem traçado da realização de um sonho de menino que era conhecer o país do clã MCLeod e onde as saias eram mais do que um símbolo feminino.
 Seguimos numa terça de manhã de Lisboa para Edimburgo, onde chegamos ao início da tarde.






A cidade era muito simples de percorrer a pé com as principais atrações bem perto umas das outras. É uma cidade com muita história da qual fazem parte o Castelo, a Royal Mile, a Princess street e a imponente vista da Calton Hill.
Ali dormimos a primeira noite, sendo que foi no dia seguinte que arrancamos para a parte mais épica desta viagem, o roteiro pelas Highlands. Antes disso uma incursão a Stirling, onde visitamos o monumento de homenagem a William Wallace, um dos principais líderes na luta pela independência da Escócia. 




Vale bem a pena a visita, quer pela envolvência, quer pela história. 
 De seguida, agora sim, em direcção às Highlands. Ali encontramos o estreito de Glencoe onde o mais exuberante dos seres humanos se deve sentir pequenino, pequenino! 














Essa vista e a chegada ao B&B onde íamos dormir marcou aquele dia. Era deslumbrante a natureza que rodeava o nosso quarto, com um lago que servia de espelho às montanhas que rodeavam as suas margens e que entrava pela janela do nosso quarto a dentro. Já agora, o nome do B&B é Campfield House e ficava à entrada de  Fort William.
No terceiro dia e com o pequeno almoço tomado fomos até ao parque de Glen Nevis onde voltamos a perder o fôlego com a natureza em estado bruto que marcava toda a paisagem. Chegou a ser cenário do filme Braveheart onde se construiu uma aldeia à época, de raiz. Essa aldeia já não existe, mas o cenário envolvente responde bem à questão sobre o porquê na escolha daquele local. Riachos, serra, verde e um silêncio ensordecedor só interrompido pelo vento que soprava e de um carro que de quando em vez tentava estragar aquele momento mas sem sucesso.




De seguida seguimos em direção a Mallaig no rasto da linha férrea do famoso Jacobite, o comboio a vapor que transportava os aprendizes de mágicos no filme Harry Potter. 


Pelo meio chegámos a Glenfinnan, uma pequena localidade com uma vista de cortar a respiração para mais um dos lagos que acompanham todo este percurso. De um lado a água, do outro o viaduto de Glenfinnan onde circula o dito comboio e que apareceu no mesmo filme. Visita obrigatória!



 Aliás toda a viagem é embelezada com cenários usados pelos melhores produtores cinematográficos.
Mas a nossa road trip não se ficou por aqui. 
 Muito em breve partilharei convosco o resto da minha viagem de sonho. Até lá sonhem também. Boas viagens!

Pelas curvas do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros



 Como preparação para aquela que vai ser a nossa primeira grande viagem de mota, eu e a pendura saímos para mais um passeio de mota, desta vez pelos traçados do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros. Foi num sábado soalheiro de primavera que entramos na A1 até à saída do Carregado, com o objectivo de apanharmos a N3 que nos levaria até Pernes. Pelo caminho era impreterível uma paragem em Santarém para deliciarmo-nos com um dos melhores pampilhos da região, na Pastelaria Bijou. Um delicioso travesseiro com creme de ovo que faz da sua degustação um pecado delicioso de se cometer. Reconfortados com o doce e o café, seguimos até Pernes, onde seguimos as indicações para Alcanena até encontrarmos as indicações para Olhos de Água, a famosa praia fluvial da nascente do rio Alviela. 


A pendura a refrescar-se com uma grande vista.


A Stromina a apreciar as vistas.


Praia fluvial Olhos de Água, nascente do rio Alviela.

 Que bem que se está ali. Uma praia com um relvado adjacente, equipada com tudo o que é necessário, desde balneário, churrasco e lavadouros, bem como um café restaurante, com uma esplanada com uma vista espetacular. Ali nos refrescámos com uma água enquanto apreciávamos a paisagem. A pendura estava encantada. 
 Dali seguimos em direção a Vale de Meios, uma pedreira que esconde no seu interior vestígios da presença de dinossauros. É impressionante a forma como as pegadas são tão nítidas, mostrando mesmo a direção que os bicharocos tomaram. Ali começamos a perceber que aquelas serras tem muito para descobrir. 


Pegadas de dinossauros em Vale de Meios.


Pegadas bem delineadas.

 Dali tomamos a N362, numa descida que é um verdadeiro carrocel de curvas contra curvas até Mosteiros, de onde seguimos até Sourões para tomarmos uma subida alucinante até Casais Monizes e que depois nos leva por uma planície até Vale de Ventos, onde parámos  no restaurante Casa Velha para degustarmos um cozido à portuguesa do melhor que já comemos. Do pão às sobremesas, tudo é caseiro ali. Recomendado! 
 De barriga cheia, partimos em direcção ao Arrimal para ver as lagoas grande e pequena que são dos raros espelhos de água que há neste parque natural, isso acontece porque estas serras são um autêntico queijo suíço e a água infiltra-se toda no seu interior.


Lagoa Pequena, Arrimal.

 Seguimos depois até o Serro Ventoso para convergirmos em direcção a Chão das Pias para visitarmos a Fórnea, um monumental anfiteatro natural que nos faz sentir bem pequeninos. Daqui avistamos a Fórnea a partir do cimo mas é possível visitá-la a partir do fundo através de um trilho a partir de Alcaria.


Fórnea vista de cima.

 Dali seguimos até A Serra de Santo António para apanharmos a magnífica CM1349 que liga esta localidade a Alvados. Espetacular esta estrada municipal que podemos enriquecer com a espetacular descida até Porto de Mós. Um autêntico parque de diversões para os amantes das duas rodas. 


Estrada Municipal 1349 entre Serra de Santo António e Alvados

A Caminho da Serra de Santo António 

Seguimos depois pela N1 até Alenquer para voltar a apanhar a A1. Não entramos antes na autoestrada porque a N1 é muito bonita de se fazer entre Rio Maior e Alenquer.
 Mais um passeio que nos enriquece a alma e prepara-nos, a mim e à pendura, para a primeira grande viagem que faremos em Junho. Boas voltas!

Road Trip Marrocos 2019 - viagem, comida e dormida, do ponto de vista de um Maçarico.

  Foi há sensivelmente um mês que partimos para mais uma aventura daquelas que trazem boas memórias, pelas loucas estradas de Marrocos. Como...