quinta-feira, 11 de julho de 2019

Picos da Europa, a partir de Riaño - 2° dia do Maçarico


 
 Já foi há mais de um mês que fiz a minha primeira grande viagem de mota, o tempo passa depressa. O destino foram os Picos da Europa. Já escrevi sobre a preparação da mesma , já escrevi sobre o percurso escolhido para lá chegar e também escrevi sobre um dos tipos de estadia escolhido, o campismo. Agora é hora de falar sobre o que visitar num roteiro pelos Picos, neste caso o nosso segundo dia.
 Dependendo por onde chega, a base de partida para esta aventura pode ser Riaño, Cangas de Onís, Pannes ou mesmo Potes. Contudo, visto que Riaño é mais a sul, este é o ponto de partida escolhido pela maior parte dos portugueses, foi o nosso caso, ou de quem vem do Sul de Espanha.
 Este parque nacional pode ser visitado num percurso circular com alguns desvios para o interior ou exterior das montanhas. 
 Depois de termos dormido em Riaño seguimos para Cangas de Onís pela monumental N-625 e o seu Desfiladeiro de Los Beyos, uma garganta natural que acompanha o rio Sella. Em algumas partes do percurso a estrada corta ao meio as escarpas rochosas que encontramos por lá. São paisagens que bloqueiam momentaneamente o fluxo de ar que enche os nossos pulmões. 

A Monumental N-625 num dos troços mais espetaculares.

Início do Desfiladeiro de Los Beyos. Percurso que apetece fazer para cá e para lá vezes sem conta.

Desfiladeiro de Los Beyos 

 Após atravessarmos a estreito desfiladeiro, deparámo-nos com um corte de estrada provocado por uma derrocada mas as alternativas estava bem sinalizadas, embora não para todo o tipo de veículos, como por exemplo auto-caravanas. Contudo, após uma conversa com o dono de um café, decidi ir por uma alternativa menos conhecida, mais curta e muito bonita. Chegado a Puente de Vega, seguimos pela AM-1 em direcção a Argolibio, Villaverde, até chegarmos a Vega de Sebarga. Seguimos à direita pela AS-261 até entrarmos novamente na N-625, já depois da derrocada. Ao que consta, este problema foi resolvido algumas semanas depois. No entanto, vale a pena este desvio pelas paisagens incríveis com que nos vamos deparar, bem como as aldeias preservadas e habitadas que encontramos no caminho. E não fugimos nem em tempo nem em quilómetros ao nosso objectivo, pelo menos numa proporção que exija alterações ao nosso plano.  

AM-1 com Argolibio no horizonte 

Pendura na AM-1

AM-1 e Villaverde ao fundo
 
 Este percurso foi feito num domingo de manhã, o que permitiu chegar a Cangas de Onís durante o mercado que se realiza todas as semanas. Os produtos regionais são o ponto alto desta feira onde encontramos uma panóplia de queijos e enchidos que deliciam os apreciadores destas iguarias. É o meu caso. Dali sai com mais bagagem na mota, não fosse eu ter degustado e adquirido alguns produtos. 

Mercado semanal, Cangas de Onís 

 Após o almoço, voltámos à estrada em direção a Poncebos. O objectivo era subir o funicular de Bulnes e testemunhar o impressionante nível de preservação desta aldeia, ao qual não estamos habituados. Este é um local onde só podemos aceder de duas formas, por funicular ou a pé. Falar de um lugar assim talvez crie no nosso imaginário a ideia de uma aldeia com pouca gente, sem vida e isolada do mundo. Completamente enganados. Ali existem restaurantes, cafés, pousadas e casas particulares que fazem bater o coração que mantém aquela aldeia viva e de saúde. Apesar do percurso no funicular ser dispendioso (22€ ida e volta por pessoa) uma visita é obrigatória.

Poncebos 



Funicular de Bulnes

Aldeia preservada de Bulnes 

Bulnes

Bulnes

Bulnes

Bulnes

 De volta à mota, fomos até Sotres por um percurso de ida e volta numa estrada que impressiona pela beleza e pela proximidade com que se circula do abismo. A única fronteira é tão e somente um comum rail de proteção. Esta aldeia é famosa pela sua produção de queijos, daí haver queijarias por toda a parte. Visitamos uma delas e não deixamos de degustar e comprar mais uns ‘recuerdos’ comestíveis. 

A caminho de Sotres

A caminho de Sotres 

Regresso a Poncebos 

Poncebos 

Saímos de Sotres debaixo de uma chuva miudinha, que tornou a volta para Poncebos ainda mais sinuosa mas controlada. Esta tarde foi um dos pontos altos da viagem, com a visita a algumas das zonas mais remotas dos Picos da Europa.  Como optamos por dormir algumas noites nos parques de campismo da zona, dormimos essa noite no Camping Picos de Europa, no caminho de regresso a Cangas. O objectivo era visitar Covadonga e os Lagos bem cedo na manhã seguinte, assim fizemos.

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